sábado, 27 de julho de 2013

devo me matar ou tomar uma xícara de café?

“Minha querida, eu não sei o que fazer hoje, me ajude a decidir. Eu deveria me cortar e derramar meu coração nessas páginas? Ou deveria ficar sentado e não fazer nada, ninguém está exigindo nada, afinal. Eu deveria saltar do precipício em que meu coração bate e desenvolver minhas asas na queda? Ou eu deveria me afastar do abismo e deixar que os outros lidem com essa coisa chamada coragem? Deveria eu olhar de volta para o abismo existencial que me assombra e tentar desesperadamente agarrá-lo a partir de um senso de mim mesmo? Ou deveria eu seguir andando meio dormindo, meio olhando pra ele de vez em quando, em momentos em que não posso fazer nada além? Devo me matar ou tomar uma xícara de café?”
— Albert Camus.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

INVICTUS

À NOITE QUE AGORA ME COBRE
EM TREVA ESPESSA, IMENSURÁVEL
AGRADEÇO A DEUS QUE SOBRE…
…POR MINH’ALMA INDOMÁVEL. 
FRENTE ÀS GARRAS DA CONTINGÊNCIA…
…NÃO TREMI, TAMPOUCO CHOREI.
SE O ACASO QUISER-ME DECADÊNCIA…
…POSSO SANGRAR, MAS NÃO ME DOBRAREI.
ALÉM DESTA TERRA DE LÁGRIMA E DESDÉM,
…ASSOMA APENAS PENUMBRA, O HORROR.
O ESPECTRO DA IDADE, PORÉM…
…ME ENCONTRA E ENCONTRARÁ SEM TEMOR.
NÃO ME IMPORTA O CASTIGO DIVINO.
NEM BARREIRA QUE ME DESALMA.
SOU SENHOR DE MEU DESTINO.
SOU COMANDANTE DE MINHA ALMA.

 William Ernest Henley